quarta-feira, 20 de julho de 2011

Yume, de Kamile Girão

Sinopse
Por detrás das roupas surradas masculinas que costumava vestir, um mundo incrivelmente estranho se escondia. Nadia sabia que sua cabeça não era comum e que suas ideias divergiam do que era normal. Apenas ela conseguia ver o que não existia. Apenas ela era capaz de desenhar com perfeição um personagem visto em um sonho.

Guitarrista, estudante, filho, cético, objeto sexual de quem o quisesse. Ainda assim, Adrien não era feliz. Contudo, a vida monótona e libertina parecera ganhar um sentido especial quando estranhos sonhos se projetaram em sua mente e quando a missão aparentemente inimaginável lhe fora imposta: impedir que uma determinada garota chegasse ao Yume, o local proibido para meros humanos.

Yume é um romance juvenil cujo tema central é sonhos. A história relata a vida da garota Nadia, uma alemã de dezesseis anos, cujo destino se cruza, por intermédio de sonhos, ao do jovem Adrien, um guitarrista brasileiro de vinte e dois anos.
O livro é recheado de referências à música antiga - com foco na década de oitenta - e à cultura pop japonesa. É uma história para aqueles que gostam de bandas com mais de trinta anos, do deslumbrante mundo nipônico e, principalmente, de histórias de amor aparentemente impossíveis.

Autora
Kamile Girão, ou Kami (como prefere ser chamada), veio ao mundo no dia 22 de janeiro, em 1993. Acredita que nasceu na época errada, visto que prefere rock clássico, Beatles e filmes antigos à produções recentes. Gosta de seriados, livros, bonecas, cultura nipônica e artes digitais. Ex-estudante de Artes Visuais do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), atualmente cursa Letras, com habilitação em português, na UFC (Universidade Federal do Ceará).
Começou a escrever histórias aos seis anos, relatando em cadernos brochurinha as brincadeiras do colégio e acrescentando fatos fantasiosos. Ideias para brincadeiras com bonecas também serviam como fonte de inspiração para futuros livros. O primeiro romance completo, porém, veio aos nove anos, intitulado por A Peça Faltante. Aos dez, fez a Força da Magia e, aos onze, escreveu dois romances (The Five Witches e Uma Visita Espacial) e deixou ideias para vários outros, sempre influenciada pelos animes que assistia e pelos mangás que lia. A criatividade não parava.
Aos doze, lançou a base do que seria Outubro, história essa que ainda está sendo produzida. Aos catorze, começou a escrever Yume, vindo terminar três anos depois. Ao dezesseis, escreveu Inevitável, primeira obra da saga Fortaleza Sombria. Atualmente, trabalha em outros projetos e na publicação do seu romance de estreia, Yume.

Dados
Livro a ser publicado este ano.

Minha Humilde Opinião


Yume é uma grata surpresa no mundo literário de hoje.

Inicio agradecendo a confiança que a Kami teve ao me enviar o livro em PDF antes do tão esperado lançamento. Mas, não é por isso que falarei bem dele. Pois, já fiz criticas construtivas de alguns que recebi virtualmente também. No entanto, este não é o caso, rs. E como conversei e esclareci com a autora, o arquivo não havia passado pela última revisão, por isso, não me aterei a detalhes técnicos da língua portuguesa, apesar, adianto, os que encontrei, que foram poucos, eram 90% de digitação mesmo. O que demonstra o cuidado com a escrita que Girão possui. Além de levar, também, em consideração a pouca idade da escritora.

Ainda no âmbito da escrita, ressalto que o texto flui que é uma maravilha, uma delícia de se ler. O apreço não se apresenta apenas no modo de escrever, mas também na formatação realizada no decorrer das páginas. Antes mesmo da diagramação, a autora refletiu sobre o formato e dividiu o texto em partes, que acaba por trazer o famoso e sempre bem vindo espaço em branco, a área de respiro, que ilude o nosso cérebro e traz mais ânimo. Muito bom! Como isso foi feito? Pois bem, existem os capítulos, representados por números, e as partes, onde, por exemplo, Kami, reservou uma página inteira para uma única palavra significativa, como quando se chega ao Yume. Bom, você verá quando ler. ;)

Os personagens são outra atração irresistível. Cada qual com suas características e totalmente contemporâneos e reais, daqueles que encontra no seu bairro, na sua rua ou num passeio ao shopping. Enfim, Girão, conseguiu colocar pessoas ainda não muito bem representadas na literatura, pelo menos para mim. Um exemplo? A irmã fofa de Arashi, Alice, a mais nova, uma bonequinha, leia o trecho onde ela é descrita pelos olhos de Nadia:

“sua normalidade era quebrada pelas roupas pomposas e negras que vestia, lotadas por babados e tachas de metal. Usava meias alvinegras longas, que alcançavam seus joelhos e sapatos pretos de boneca, igualando-se a uma.”

Ah, então, a Nadia é a personagem central. A que não se sabe se é sã ou doida de pedra. Ela mesma possui essa dúvida cruel em seu ser. Tem entre 15 e 16 anos, mora na Alemanha e mais tarde se muda para o Brasil. Cresceu no meio de garotos, por isso, e pela falta de posses, veste-se como um menino, já que os amigos lhe doam roupas. Pessoalmente, a garota de Berlim, como é citada no livro (amei), não me cativou tanto quanto Arashi e Adrien. Os dois são membros da banda brasileira Reticências, o primeiro é o vocalista e o segundo, o guitarrista. Amigos, acabam se envolvendo com a mesma garota, a solução desse problema você descobre no livro, claro.

Adrien me conquistou mais no final, acredito que foi por ele ser meio “porra loca”, demorou a me cativar. Mas, o final... As partes finais... Ai ai.

Mas, voltando... a coisa toda gira em torno de Nadia e Andrien, e, claro, os sonhos. Quando se encontrarão????? Era o que meu cérebro gritava a cada página e a cada vez que praticamente se esbarravam, mas não se viam... A autora arrasa nesse quesito. Queria matar. Parecia aquelas novelas que você fica louca para que dois personagens se encontrem e BUM! Nada... Era de enlouquecer. Teve uma parte em que pensei: como? Como? Não é possível! Não é possível! Tá li, ó! Tá ali! Não acredito!!!!! Então, respirava e prosseguia na leitura.

O linguajar utilizado no livro é bem coloquial, digo, dos personagens. Não há censura. Palavrões rolam soltos. O que pode não agradar certos leitores. Como não me agradaria, mas realmente, foram colocados de maneira que não me chocaram, já que condizia com a realidade empregada ali.

O interessante desse livro são também as referências e elucidações, como pode-se ler na sinopse lá em cima, retirada do blog do livro, e de uma parcela da jovem população de hoje que vive na sociedade, mas é pouco aproveitada na literatura e muito disso vem através de Alice, já deu para perceber isso na descrição dela, neh?!

Kami, descreve os trechos de alucinação ou não, rs, com o mesmo primor. Realmente me sentia ali, vendo tudo o que acontecia. Paro por aqui para não soltar sem querer algo que estrague a sua leitura.


Como disse antes, levei em consideração a idade da autora, por isso os pontos que seriam negativos, são altamente justificáveis. Uma das coisas que não me agradou foi o finalzinho, mas o finalzinho mesmo, que já comentei com ela, rs. Mas, tá valendo, afinal, cada um tem seu ponto de vista!


Recomendo e muito Yume!

A seguir coloco alguns trechos, que não correspondem a ordem do livro. Então se não quiser saber nada até comprar e ler o seu. PARE, NÃO LEIA MAIS A PARTIR DAQUI!



Quem é você? perguntou, aos gritos, assim que se sentiu mais preparada para falar.
Ora, ora... não havia nenhum resquício angelical naquela face de pintura clássica a menina voltou à lucidez.


Sem resistência, ela pendeu, entrando em um grave estado de letargia. Uma quentura forte fora sentida em seu pescoço, como lábios percorrendo um caminho perigoso, subindo até o seu queixo. Sua respiração cessou, os pulmões não conseguiam mais bombear oxigênio. O outro hálito tornara-se o aroma mais próximo que conseguia ser sentido, e o ar quente dos outros lábios fervia os seus próprios.


— Faça o que deve ser feito. — sussurrara em seus ouvidos, obrigando-a a segurar a espada — Me enfrente, me vença e me mate.


Ela caminhara em direção à porta e já a destrancava quando escutara a pergunta crucial:
— Espere aí, quem falou de amor?
Virando a cabeça graciosamente, arqueou uma das sobrancelhas e disse:
— Não é preciso falar. Apenas veja o que está exposto em seus olhos. — ela soltou um pequeno e irônico riso — Sua frustração é tamanha que você prefere amar o irreal a quem está na realidade... É deprimente. Adeus


Do livro:

Da autora:




bjs***


-----;)----------- Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.

Um comentário:

Rapha disse...

Oi Gi :)

Eu to doida pra ler Yume
A capa é linda demais e a estoria é do jeito que eu gosto, meio cliche parece, mas eu adooro hahaha

Parabens pela sinceridade na resenha ^^

Beijos
Rapha - Doce Encanto