Em movimentos singelos, mexia a massa do bolo de maçã, enquanto ele entrava na cozinha com passos sinuosos. Senti seu perfume de cravo preenchendo todo meu ser. Suas mãos se encaixaram na minha cintura e deslizaram para meu ventre. Meus olhos na massa, suas mãos subindo, circulam por ali e seguem para as costas. Um arrepio gelou minha espinha. Sua língua na minha nuca. A colher giratória. Seus dedos no meu pescoço, acariciando-o, insistentes, pesados. O cravo sumindo no ar em convulsões. Seu corpo rijo segurando o meu flácido. O cessar de minhas mãos. As maçãs flutuam. O bolo por fazer.
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário